quarta-feira, junho 30, 2004

{ máscara negra }

Que muita gente me vê errado eu sei. Tô quase acostumada. Só não acostumei porque eu ainda não descobri o porquê de isso acontecer.
Tá, nunca liguei mesmo pra isso, quem quiser que me conheça, mas essa história tá ultrapassando. A mulher do Sebrae que era pra ser pedagoga resolveu virar psicóloga. Oh, e como eu amo psicólogos: um nego sentado na sua frente, te olhando como se você fosse um ser incrivelmente perdido e tenta te analisar e dar motivos pros seus problemas e conselhos que não vão dar certo, porque, convenhamos, ele só ouve um ponto de vista. E outra: a gente precisa é de soluções, não de motivos. Tá, que me desculpem os psicólogos e os que não concordam, mas até agora eu enxergo esse profissional (?) assim. Ela quer tentar me ajudar a resolver um problema que ela ainda não sabe qual é porque ainda não me conhece.



É foda, mas agora eu descobri que o negócio é fazer carinha de santa e deixar a personalidade do lado de fora, esperando a hora do intervalo.

domingo, junho 27, 2004

{esse amor estranho}



Empurro por fora a mesma porta que tentas manter fechada sem convicção por dentro.

{ que música dos los hermanos sou eu? }





Que música do los hermanos é você?
Trazido a você por Blog do Idiota







Que música do los hermanos é você?
Trazido a você por Blog do Idiota



--> como não confio em primeiros resultados de testes (apesar de "todo carnaval tem seu fim" ser a música mais linda de todas), eu fiz de novo e deu "descoberta". acho que pode ser um mesclado das duas...

segunda-feira, junho 21, 2004

{os 60 anos da realeza!!}



Uma pequena homenagem ao SR. Franscisco Buarque de Holanda...
"... Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei,
como encantado
Ao lado teu..."

"Quem me vê sempre parado, distante
Garante que eu não sei sambar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
E não posso falar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
(...)
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando
Que eu vou aturar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar "


Sejam Felizes!!

{ jesus me chicoteia }

Não, eu não tô plageando a frase da Zum, não (embora eu tenha que admitir que, de vez em quando, o faça). Eu tava era fuçando na internet e achei um site que tem esse exato nome. E, por sinal, é muito bom.
Engraçado, eu tenho notado que na grande esmagadora maioria das vezes os donos de bons blogs são admiradores de Chico Buarque e/ou Los Hermanos. Por favor, atentem para o gosto musical das donas deste.

ps: pra ir nesse site, é só clicar no título do post. vai que dá.

segunda-feira, junho 14, 2004

{ considerações sobre saudade }

A saudade que mais incomoda, entre todos e todos os vários tipos de saudade, é a saudade da vida. Pode ser entendida também como nostalgia, mas a nostalgia pura não envolve angústia. É ver a vida passando sem poder fazer nada para detê-la, é vê-la fugir do controle sem ir pelo caminho que julguei ser o melhor. Achar que nenhum momento vai ser tão mágico como aquele, que a sensação que tive um dia nunca mais vai ser do mesmo jeito; quem sabe na mesma intensidade, com o mesmo entusiasmo, mas nunca igual. E, se não é igual, nunca vai ser tão boa.

Ter medo de parar um dia, pensar se valeu a pena e chegar à triste conclusão de que não valeu; que a vida foi mal aproveitada e os bons momentos não foram devidamente valorizados... é ter vontade de gritar. Expressar o desespero com a força da voz, com a ilusão de que o grito vai reaver o momento bom que um dia foi real.

Invejar os que tiveram por ventura os bons momentos prolongados, ou até mesmo aqueles que não têm saudade desses bons momentos, que conseguiram vencer a miopia e ver além do que está estampado. Invejar os que conseguem fazer da saudade, esperança. Da angústia, esperança. E dos sonhos... esperança.

Invejo também os que confiam no destino. Os que conseguem tirar das próprias costas o fardo de sempre fazer acontecer. Os que têm a sorte de ganhar sua simpatia pelo simples fato de confiar nele, e ter assim sempre novos bons momentos para suprir a saudade. Embora eu me questione se esses bem-aventurados não sofram com a discrepância de qualidade entre uma e outra coisa...

Saudade nunca teria existido se nunca houvessem existido pessoas. E pessoas, levianas simplesmente por serem pessoas, associam saudade a amor. Confundem saudade e amor. Ela se torna, então, algo que não se diz, por medo de ser erroneamente confundida com o que de fato não se diz.

Momentos invariável e involuntariamente envolvem pessoas. E pessoas, por sua vez, marcam. Tato – nada marca mais profundamente do que o toque. Se não na pele propriamente dita, as pessoas marcam a memória, o pensamento, a parte de uma vida. Marcam com palavras, marcam com cheiros, gostos, sensações. Mas, muitas vezes, a memória se perde no vazio do cotidiano e acaba por falhar quando mais precisamos nos aconchegar nelas. Some o cheiro, frases já não são mais completas; só passam uma idéia. A precisão de cada palavra, a ordem de cada feito se perde. Então, nos vemos presos num ciclo cruel de que precisamos de novos bons momentos, mas que nunca serão tão especiais quanto os já vividos – ainda que bons.

Embora eu tenha certeza de que a arte é quem imita a vida, pois a fantasia não chega aos pés do real, fantasiar pode ser um modo eficiente de não perder a esperança – ou de se perder do chão. Quem sonha demais pode acabar tomado pela loucura e desilusão, mas, por outro lado, quem não sonha, não espera...

Pode estar implícito nessa saudade martirizante um quê de arrependimento, até mesmo de culpa. Por que não fiz o que queria (embora esse não seja muito o meu caso, peco pela inconseqüência...), não falei o que sentia (... e então peco pela covardia.), não implorei aos deuses ou às forças que movem o universo para que o tempo não corra, que o dia não amanheça.

Curar a saudade é como curar gripe. Há remédios para os sintomas, mas para o mal... só o corpo tem o necessário. Ou seja, viver esperando... com a cautela para não esperar por algo que está aí – ou que já passou. Concordando plenamente com Miguel Falabella: “saudade é basicamente não saber”.



--> é por isso que eu tenho medo de envelhecer... medo de viver de lembranças.




“Deixe-me contar-lhe um segredo, algo que não lhe ensinam no templo. Os Deuses nos invejam. Eles nos invejam porque somos mortais, porque qualquer momento pode ser o último. Tudo é mais bonito porque somos predestinados. Você nunca será mais bela do que é hoje. Nunca estaremos aqui de novo.”

Achilles - Tróia
--> Esse aí confiava no destino. Vai ver é por isso virou imortal...


Miguel Falabella (numa visão mais ampla da saudade):

“Em alguma outra vida, devemos ter feito algo de muito grave, para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Skol, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ele continua cantando tão bem, se ela continua adorando o Mc Donald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.”

domingo, junho 13, 2004

{reticências}

"se canto, sou ave;
se choro, sou homem;
se planto, me basto;
valho mais que dois
quando a água corre;
a vida multiplica;
o que ninguém explica,
é o que vem depois..."

o melhor dia dos namorados sem namorado!!

Dez da manhã saia o ônibus da porta do colégio... cheguei lá umas nove...
Aos poucos o pessoal foi chegando e o ônibus também. Que ônibus, hein? Nossa! Quase golfei!
Meia hora, quarenta minutos e a gente já tava chegando. O sítio era enorme: piscina, quadras esportivas, um cavalo feio, totó, sinuca, comida boa e carrapato.
Todo mundo tava animado já que não é todo dia que você vai num aniversário de um amigo seu, num sítio, com tudo pago e comida boa!
Bom, pra começar todo mundo foi jogar tênis... que fracasso! Mas tava divertido de ver! o tédio começou a tomar conta e então resolvemos fazer um tour pelo local. Pra variar, tava todo mundo com fome e então começou a caça à comida. Achamos uma mesinha simpática com aperitivos e... oba!
Torradinhas com patê pra cá e refrigerante pra lá e eis que surge a mãe do aniversariante. Toda simpática e feliz ela me cumprimenta duas vezes (confusão devida à euforia!). Ela foi logo falando pra gente passar Escabin, porque nessa época tem muito carrapato e coisa e tal...(Depois fui descobrir que Escabin tem finalidades para sarnentos e piolhentos, gente com carrapato, não!)
As meninas se desesperaram num ataque de frescurite! Lá vai todo mundo pro banheiro passar o remedinho na perna! O negócio fedia mais que bosta! Eca! Eu não passei não, do jeito que eu sou, é capaz deu pegar uma alergia do remédio e não pegar carrapato!
Que divertido! Fomos jogar totó e num ataque de bobeira tava todo mundo rindo de qualquer coisa! De repente surge um garçom com caldo de mandioca e eu que na hora da fome não pensei duas vezes resolvi tomar um. Tava com uma cara tão boa... Engano meu! O caldo tinha carne e foi um Deus nos acuda pra separar a carninha da mandioca(vida de vegetariana não é facil).
Depois foi todo mundo pra piscina brincar de guerrinha de balão d'água. Que ilário! Todo mundo se ensopando, mas com a lua que fez ontem ninguém tava nem aí. Quando a brincadeira perdeu a graça, foi todo mundo deitar no chão pra secar já que ninguém levou toalha nem uma camisa extra...
O almoço tava servido: feijoada! Ê beleza! Acabei comendo arroz, farofa, couve e feijão(separado com muito custo do restante da feijoada). Tava uma delícia, menos o fundo musical que era composto por duas menininhas cantando Xuxa e Encosta a sua cabecinha no meu ombro e chora! Jesus me chicoteia na face! Ninguém agüenta isso! Por final tava todo mundo cantando e dançando Buiquini Amarelinho no Karaokê.
Depois o almoço, aquela lombeira básica e espectativa pela sobremesa: festival de sorvete e canjica! Me fartei!
O próximo evento foi assistir à pelada dos meninos e mais uma rodada de guerra de balão.
Por sorte, alguém iluminado ascendeu uma fogueira pra matar o frio da galera! Tava uma beleza! O pôr do sol e aquela fogueira gigante! Todo mundo ficando defumado e quentinho! Por fim alguém teve a idéia de dançar festa junina em volta da fogueira. Que peça os meninos dançando!!!
Depois da despedida foi todo mundo de volta pro ônibus. Foi uma cantoria e batuque só...
O dia tava lindo, todo mundo feliz! Foi muito bom!
Beijão e até mais!

P.s.1: Ah! tenho que agradecer o Dudu, a mãe dele e a todo mundo que foi e se divertiu!
P.s.2: Ninguém pegou carrapato!

segunda-feira, junho 07, 2004

"O céu de Ícaro tem mais poesias que o de Galileu"

Tenho certeza que muitas pessoas calculistas descordam dessa frase, embasada no sentimentalismo e na capacidade de sonhar...
Ultimamente tenho andado um pouco sentimentalista demais e escutando algumas músicas daquelas que você só ouve quando está em estado de nostalgia e chorando por tudo. Vivenciando essa fase e aproveitando as noites geladas, porém aconchegantes de BH, descobri uma música que é linda:


Guardanapos de Papel
(Leo Masliah)

Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas,
Trombetas e sempre aparecem quando
Menos aguardados, guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Onde vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores,
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas, mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas, fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas
Medalhas, medalhas, se contentam
Com migalhas, migalhas, migalhas
De canções e brincadeiras com seus
Versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são
Alcançados, cansados, cansados nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem,
Escrevem o que sabem que não sabem
E o que dizem que não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas,
Canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
Confusas, em delgados guardanapos feito
Moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
Lançadas no espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo
Pra depois voltar pro Rio de Janeiro

Até mais!



domingo, junho 06, 2004

< oco >


Sentada domingo na pia do lado de fora da cozinha de casa. Chupando mixirica doce e cuspindo os caroços pro alto - exceto por alguns que insistem em não sucumbir à força do meu sopro e caem na minha calça de pijama.
Pra quem me vê, pode parecer que eu tô em outro mundo, com os olhos fixos no muro de tinta descascando e sem mover um músculo sequer, que não seja os envolvidos na ação de chupar a mixirica que, agora, me olha com cara de piedade por só faltarem quatro gomos para que sua existência seja banida da Terra.
Não tô em outro mundo, não, por mais que a situação seja propícia para viajar. Nada passa na minha cabeça, meu cérebro só recebe as informações que a minha língua passa pra ele: "doce", "bom", "caldo", "duro", "gasp, azedo de caroço mordido". Ele também recebe a informação dos meus olhos seguindo uma formiguinha descendo o muro sem se importar com a gravidade.
A mixirica enfim é extinta, e agora eu preciso de outro meio de interação com a Terra pra que eu não entre em estado de alfa irreversível... Recorro às boas lembranças de Maio (um dos melhores meses da minha vida. Depois de Maio, eu posso dizer com convicção que sei exatamente o que é felicidade. Posso até ousar dizer que experimentei estar apaixonada), em busca de conforto. Busco em Maio preencher o vazio mental de agora. Admito que o vazio atingiu também a casa da emoção, mas essa parte não me incomoda. Inclusive porque eu diariamente me convenço de que a emoção é escrava e obediente à razão, mas essa é uma discussão a se ter quando minhas dissertações não forem mais sobre mixirica.

sábado, junho 05, 2004

{o quanto eu te falei que isso vai mudar}

"então tentar prever serviu pra eu me enganar"
será que vai ser sempre assim?
só tenho uma coisa a te dizer: "deixa ser como será!"
de acordo com as circunstâncias, não tem muito o que ser feito, amiga!

Eu gosto é do estrago

Malditos Estúpidos Unidos da América!!
Malditos Capitalistas!!!
Eu sei que nós somos tão norte-americanizados quanto eles mesmos... mas mesmo assim é revoltante a capacidade de serem tão imbecis!!