sábado, abril 22, 2006

CHÁ DE PANELA

(Guinga - Aldir Blanc)
Hermeto foi na cozinha pra buscar o instrumental
Do facão à colherinha tudo é coisa musical
Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau
Barril, terrina e peneira, tudo é coisa musical

Me convidou p'ra uma pinga
Meu não pesou com dó, piscou um olho só
Disse que eu tiro da seringa
Que homem que não bebe e nega mocotó
acaba quenga em vez de Guinga
Se veste de filó, afrouxa o fiofó
E o ferrão já nem respinga
encolhe feito um nó, e vai ficar menor

Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia
Jesus, Ave Maria, era uma sinfonia
Secador e geladeira entraram no compasso
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço

E tudo era coisa musical
funil mandando "oi!", fogão gritando "au!"

Fez um chocalho de arroz
E outro de feijão
No talo do mamão soprou a flauta que eu já vi
tocar mais doce, irmão, direto ao coração

Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia
Jesus, Ave Maria, era uma sinfonia
Secador e geladeira entraram no compasso
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço

E tudo era coisa musicalfunil
mandando "oi!", fogão gritando "au!"

Nesse chá de panela é que eu senti a vocação
De que música é tudo que avoa e rasga o chão
Foi Hermeto Paschoal que, magistral,
me deu o dom
de entender que do lixo ao avião
em tudo há tom
e que até penico dá bom som
Se a criação é mais, se o músico for bom
e que até penico dá bom som

Para ouvir com o Alceu Valença:
http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?busca=ch%E1+de+panela¶m1=homebusca&check=musica

terça-feira, abril 18, 2006

Primeira Avaliação - Introdução ao Seguro e Previdência

2) Tá ótimo. Esqueci que existia vida além do cálculo e rodei. Nem lembrava dessa prova de introdução - que está fácil - e não estudei. E sabe a parte mais legal? Eu vou rodar em cálculo também! Porque eu fiquei com preguiça de ir à aula ontem, sob a desculpa de que como ele só ia resolver problemas, eu não ia tirar proveito nenhum da aula. Mas olha que irônico: se eu tivesse ido à aula ontem, eu ia ficar sabendo da prova de hoje.

3) Tá tudo muito bom mesmo. Excelentes notas: perde média em administração (observe: ADMINISTRAÇÃO), vai mal em GAAL, esquece da prova de Introdução e tem o fracasso iminente em cálculo amanhã. Tudo isso melhorado por pintas vermelhas coçantes imunes a Polaramine, uma pseudo-cólica (já que eu não estou menstruada e nunca tive cólicas por ovulação) e um cabelo no maior estilo Capitão-Caverna. Vale lembrar que pintas vermelhas no rosto lembram as (muitas) espinhas que já estão aqui por causa do período hormonal. Lindo.

4) Quer mais fracasso? Toma e pára de chorar. (...)

5) Se esse "5)" representasse de fato o número da questão em que eu estou, a essa altura do campeonato eu já teria pelo menos feito a minha parte para ter 15 pontos e iria começar as questões banais de relacionar os números dados. Com calculadora. O que obviamente eu não vou fazer porque eu tenho uma calculadora e nenhuma noção de como os dados se relacionam. Além de uma leve impressão de que acabei de menstruar. E o fdp do menino da minha sala disse "olha, eu fiz tudo". E só tinha que fazer 5 das 8.

6) De qualquer forma, eu ainda tenho a minha dignidade. E só, eu acho. Porque eu me recuso a chutar qualquer coisa, tirar um 7 em 30 e depois ir pra prova especial. Eu vou lá na professora, na coragem, e dizer que eu não quero fazer mesmo. Ela precisa de um motivo e eu não tenho um motivo. "Ah, professora, cálculo virou a minha vida e eu me esqueci da sua prova." Ou então eu posso parecer mais culta e soltar um "não acredito que tenha condições de fazer a prova". Mas então o que diabos eu tanto escrevia? Hum. A prova, se pensarmos bem. Na verdade, eu escrevia a não-prova. Acho que eu vou é esperar as pessoas começarem a sair e simplesmente sir junto e trazer um atestado depois. Putz, que cólica.

7) Merda. Eu vou falar com ela, mas não com esse monte de gente aqui. Vou rasgar mesmo, "é, professora, não estudei porque não pude (e esses motivos já não são da conta dela) e vou fazer a prova do final do semestre". Acho que essa não é ela que deixa ou desdeixa não, essa eu posso fazer por qualquer motivo.

8) Aiai... cansei de escrever e ninguém sai da porcaria da sala. De acordo com a própria professora, faltam só 35 minutos pro tempo acabar. Então eu tenho 35 minutos pra escrever e nada pra falar. Mas repito: por que eu esperei todo o tempo da prova, não é da conta dela. Acho que esse trem de ter esperado tá me incomodando. Vou parar de escrever até acabar a aula. Aí eu falo com ela. Merda. (Ah, e lá se foi o plano do atestado. Ela já decorou as caras e tá fazendo chamada silenciosa.)

9) Ela tá lendo revista! Ah nem, se ao menos eu tivesse liberdade com alguém pra dizer "ei, me empresta sua prova e eu fico grata pra sempre?". Mas nem tenho. Que saudade do Sebrae. Que ódio também. Grrr. Acabou o papel...

10) Mintira! Mais papel aqui, ó. Olhei pra cara de um chegado da minha sala, dei aquele sorrisinho de "pois é" e ele continuou pensativo. Deve tá achando que, pelo tanto que eu tô escrevendo, eu sei a matéria toda. Tolinho. Mal sabe ele que a maior informação que eu posso dar pra ele é que eu estraguei minha unha recém-feita na mesa de sinuca no Rio Vermelho. Pelo menos deu pra aprender alguma coisa. Jesus Cristo, que coisa chata. Meu calo do dedo já amassou de escrever, tem outro nascendo no começo do meu dedão e a marca da minha unha anelas na palma da mão só cresce.

11) As pessoas tão começando a ir embora e a professora tá olhando com cara de expectativa. Humpft, voltou pra revista. Tipo, "ninguém mais? Beleza, revista". Bando de CDFs estudiosos. Pleonasmos da porra. De acordo com o meu relógio, faltam só 19 minutos. Se em 11 minutos eu escrevi aproximadamente 26 linhas, imagina em 19. Tá, eu não tô afim de fazer regra de três. "Alguém precisa de calculadora?", não. Eu preciso é da matéria, conta eu faço de cabeça. Tem um pedindo calculadora científica pra calcular a raiz quadrada. Eu nem sabia que tinha raiz quadrada nessa matéria. Minha bunda dói nessa cadeira, meus dedos dóem da lapiseira e a cólica passou. Não é a tôa que era uma pseudo-cólica.

12) "Professora, a prova vale 30?" Pergunta imbecil. Mais porque me lembrou dos pontos que eu não vou tirar do que pela falta de informação da pequena pessoa. Mas quem sou eu pra falar em falta de informação?! Eu esqueci que tinha prova, ora essa. Mas pelo menos eu sabia que a prova valia 30. Quase que eu fui lá falar com a professora agora. Mas ia fazer menos sentido ainda. "Por que ela não esperou a prova acabar? Por que faltando só 9 minutos pro final?" Pode parecer desespero. Melhor esperar... O da pergunta mal-feita me olhou com cara de "quero cola". Ou então com cara de "que diabos essa menina tanto escreve?". Too bad, baby. No cola. Aff. Tempo que não passa. Aaaaaah! Por que precisa de raiz? Tá todo mundo pedindo raiz. E eu não sei onde entra a raiz. Eu não sei nada, na verdade. Muito menos onde entra a maldita raiz.

13) Essa pseudo-prova tem mais questões do que a prova de verdade. Numa prova que usa números mais do que letras, olha o tanto que eu escrevo. Devia ter tentado Letras. Pelo menos a prova de segunda etapa ia ter sido inglês e não física. E consequentemente eu ia ter tirado mais de 34. 3 minutos, mas aqui o sinal não bate porque não tem sinal. Então nem dá pra eu fazer aquela cara de "nó, fudeu" e entregar de qualquer jeito, meio que apelando. Mas as pessoas estão sentindo o fim do tempo. O Marcelo Camelo canta "morena ah..." na minha cabeça. Sobre estar só, eu sei dos mares por onde andei. O calo do meu dedo já é negativo e brilha. Que raiva toda junta. "Ô gente, 9 e quinze". Meu relógio tava atrasado, mas ela deu 5 minutos de tolerância. O cara da pergunta queria mesmo cola, porque não entregou as questões de número. Mal sabe a professora que eu não vou entregar é a prova toda.

14) Ia agora, cheguei até a guardar as coisas no estojo. Tremi e não fui. A menina da sala não veio, ela também faz a prova depois. Ai Deus. Agora é fato, menstruei. Putz, e muito.

sexta-feira, abril 07, 2006

É tão ruim que é excelente

Marisa perguntou a Luis Inácio:
- O que é leptospirose?
E Luís Inácio respondeu na bucha:
- Copanhêra, é uma doença que ataca os usuário de lepitopi. É transmitida pelo contato com a urina do Mouse.

segunda-feira, abril 03, 2006

Confetes e serpentinas pro fim do carnaval

Eles vão abrir com "Dois Barcos" e fechar com "A Flor". Contanto que tenha "Todo Carnaval Tem Seu Fim" no meio, é tudo o que eu espero...
Claro, se rolar um "Quem Sabe" com o Amarante esperneando no chão, ótimo.

(Mais ansiosa do que na semana pré-carnaval)

sábado, abril 01, 2006

o mundo lá sempre a rodar...

" (...) Sinais de bem desejos de cais
Pequenos fragmentos de luz
Falar da cor dos temporais
De céu azul das flores de abril
Pensar além do bem do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu (...)"