sábado, agosto 19, 2006

Moda

Depois dessas coisas todas de emo e meninos de 12 anos vestindo esquisito e falando de morte e My Chemical Romance e MTV e até o Green Day pintando os olhos, e eu tenho contato com isso tudo, um belo dia (leia-se ontem) eu achei uma comunidade do Orkut que era sobre Emo mas sobre a música. E a descrição era tipo "emo não é personalidade, é tipo de música", e eu achei isso interessante. Porque pode ser que as pessoas estejam confundindo emo com "straight edge" (eu usei aspas porque eu não me sinto muito confortável falando disso, pois o contato que eu já tive com esse tipo de coisa sempre foi meio traumático e eu nunca entendi ao fundo qual que é a desse povo), mas metal (e com isso sim eu tenho contato e não é nem de longe traumático) também é estilo de música e ainda assim dá pra notar uma identidade dos que gostam pelo modo de vestir e de comportar. Sem recriminações pra nenhum dos lados. Mentira, tá, eu acho essa coisa de emo toda meio afetada demais da conta, mas não era essa a minha intenção quando eu comecei a escrever.
O que na verdade eu queria dizer é que, um dia, tudo vira moda. Pára pra pensar, tudo o quanto é tipo de música já foi moda... algumas ainda resistem, por terem conseguido pessoas que gostaram além da curtição momentânea, mas até eu já cantei com sentimento "como um anjo / tuturu / você apareceu na minha vida / uuuuuhhh como um anjo..." e olha que o sertanejo ainda resiste.
Mas tomando por exemplo o que eu gosto. Quantas milhões de vezes eu já escutei pessoas brigando comigo porque eu escutava Los Hermanos e isso é muito melancólico, isso é moda de cult (ah, um dia eu escrevo sobre a borderline do homem cult, hehehe) e etc etc etc. Hoje... tão lotando tudo o quanto é coisa e até o Chico Buarque levou público com essa história - afinal de contas, começar a escutar Los Hermanos, segundo o consenso dos mais novos adeptos, requer conhecimento prévio de Chico. Nem que seja só "Construção".
Aí, quando o negócio pega, voltando ao caso do emo, os que já eram emo (por música ou por personalidade) acham péssimo que os shows agora têm tietes e as pessoas os confundem com empolgados de ora; os que nunca ouviram falar nisso e gostaram sofrem uma perseguição ideológica pesada ("você está sendo vítima da mídia"); os que nunca ouviram falar e não aderiram acham meio ridícula essa coisa toda (eu dentre, e olha que nobre eu revelar meus próprios preconceitos); e ainda resta uma porção dos que gostavam mas são alienados o suficiente pra parar de gostar porque todo mundo gosta, sob a desculpa de "eles se venderam".
Então, no final desse parágrafo, eu descobri que eu não tenho uma conclusão pro que eu acabei de dizer. Isso tava mais pra comentário de algum post chamado "eu odeio modinha". Ê lesera... acho que eu vou largar os tóxicos (leia-se "tóchicos").