segunda-feira, junho 07, 2004

"O céu de Ícaro tem mais poesias que o de Galileu"

Tenho certeza que muitas pessoas calculistas descordam dessa frase, embasada no sentimentalismo e na capacidade de sonhar...
Ultimamente tenho andado um pouco sentimentalista demais e escutando algumas músicas daquelas que você só ouve quando está em estado de nostalgia e chorando por tudo. Vivenciando essa fase e aproveitando as noites geladas, porém aconchegantes de BH, descobri uma música que é linda:


Guardanapos de Papel
(Leo Masliah)

Na minha cidade tem poetas, poetas
Que chegam sem tambores nem trombetas,
Trombetas e sempre aparecem quando
Menos aguardados, guardados, guardados
Entre livros e sapatos, em baús empoeirados
Saem de recônditos lugares, nos ares, nos ares
Onde vivem com seus pares, seus pares
Seus pares e convivem com fantasmas
Multicores de cores, de cores,
Que te pintam as olheiras
E te pedem que não chores
Suas ilusões são repartidas, partidas
Partidas entre mortos e feridas, feridas
Feridas, mas resistem com palavras
Confundidas, fundidas, fundidas
Ao seu triste passo lento
Pelas ruas e avenidas
Não desejam glórias nem medalhas
Medalhas, medalhas, se contentam
Com migalhas, migalhas, migalhas
De canções e brincadeiras com seus
Versos dispersos, dispersos
Obcecados pela busca de tesouros submersos
Fazem quatrocentos mil projetos
Projetos, projetos, que jamais são
Alcançados, cansados, cansados nada disso
Importa enquanto eles escrevem, escrevem,
Escrevem o que sabem que não sabem
E o que dizem que não devem
Andam pelas ruas os poetas, poetas, poetas
Como se fossem cometas, cometas, cometas
Num estranho céu de estrelas idiotas
E outras e outras
Cujo brilho sem barulho
Veste suas caudas tortas
Na minha cidade tem canetas, canetas,
Canetas, canetas
Esvaindo-se em milhares, milhares, milhares
De palavras retorcendo-se confusas, confusas
Confusas, em delgados guardanapos feito
Moscas inconclusas
Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
Que eles vêem nos vão dizendo, dizendo
E sendo eles poetas de verdade
Enquanto espiam e piram e piram
Não se cansam de falar
Do que eles juram que não viram
Olham para o céu esses poetas, poetas, poetas
Como se fossem lunetas, lunetas, lunáticas
Lançadas no espaço e o mundo inteiro
Inteiro, inteiro, fossem vendo
Pra depois voltar pro Rio de Janeiro

Até mais!



5 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

não é anônimo naum... sô eu! DANI!!!!!!!!!!!!!!!
aki, a Zum chama "ZUM"! naum tem essa de ana luiza naum... palhaçada! coloca Zum aí nas suas cuspidas, fica mais vc! mais original....hehehe

Marinha, tô querendo te ligar faz muito tempo, mais nunca dá tempo! aí hj eu resolvi te escrever isso pra dizer que eu tô pensando muito em vc!!! naum esquece de mim naum... o breno me disse o seu blog do padre, aí eu achei esse outro aki... é só seu e da zum? se for de + alguém deixo um bjo...
flws

 
Blogger ma®a disse...

ei dani! o breno me falou hj q t conhece... eu tb tentei t ligar tem um tempo aí, mas vc nunca tá em casa! e eu nunca sei pra qual número mandar msg...
qto ao ana luiza ao invés d zum eu tb acho frescurage dla! mas faze o q, né? hehe, saudades e bjocas!

 
Blogger ana luiza"/ disse...

Frescura é o tuim de vcs!!

 
Blogger ana luiza"/ disse...

Frescura é o tuim de vcs!!

 
Blogger ma®a disse...

ê bode!

 

Postar um comentário

<< Home