quarta-feira, dezembro 28, 2005

Animais

Esse título me lembrou a música do Alceu Valença, "tu ti tutututu... se amando na praça como uns animais". É porque tem épocas em que eu perco 100% do meu romantismo, que existe sim. Aí tô eu escutando o CD do Nickelback recém-baixado da internet, que tem uma música que chama "Animals". A letra é ótima, muito feliz, nada romântica/poética, adorei. Eu pensei em traduzir, tipo eu fiz com "Fitter, Happier", mas ia perder as rimas ótemas e a espécie de cobertura que uma letra original dá pro que ela quer realmente dizer. E também eu não vou traduzir, uai, passei na segunda etapa do processo seletivo de professores, português que go to hell. Qualquer coisa, recomendo um dictionary.com.

Animals
I, I'm driving black on black
just got my license back
I got this feeling in my veins this train is coming off the track
I'll ask polite if the devil needs a ride
Because the angel on my right ain't hanging out with me tonight
I'm driving past your house while you were sneaking out
I got the car door opened up so you can jump in on the run
Your mom don't know that you were missing
She'd be pissed if she could see the parts of you that I've been kissing
You' beside me on the seat
Got your hand between my knees
And you control how fast we go by just how hard you wanna squeeze
It's hard to steer when you're breathing in my ear
But I got both hands on the wheel while you got both hands on my gears
By now, no doubt that we were heading south
I guess nobody ever taught her not to speak with a full mouth
‘Cause this was it, like flicking on a switch
It felt so good I almost drove into the ditch
We were parked out by the tracks
We’re sitting in the back
And we just started getting busy
When she whispered “what was that?”
The wind, I think ‘cause no one else knows where we are
And that was when she started screamin’ “That’s my dad outside the car!”
Oh please, the keys, they’re not in the ignition
Must have wound up on the floor while we were switching our positions
I guess they knew that she was missing
As I tried to tell her dad it was her mouth that I was kissing
Screamin’ No, we’re never gonna quit
Ain’t nothing wrong with it
Just acting like we’re animals
No, no matter where we go
‘Cause everybody knows
We’re just a couple animals
So come on baby, get in
We’re just a couple of animals
Get in, just get in
Ain’t nothing wrong with it
Check out the trouble we’re in
Get in, just get in

sexta-feira, dezembro 09, 2005

A melhor música!!

A PÁGINA DO RELÂMPAGO ELÉTRICO
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Abre a folha do livro
Que eu lhe dou para guardar
E desata o nó dos cinco sentidos
Para se soltar
Que nem o som clareia o céu nem é de manhã
E anda debaixo do chão
Mas avoa que nem asa de avião
Pra rolar e viver levando jeito
De seguir rolando
Que nem canção de amor no firmamento
Que alguém pegou no ar
E depois jogou no mar

Pra viver do outro lado da vida
E saber atravessar
Prosseguir viagem numa garrafa
Onde o mar levar
Que é a luz que vai tescer o motor da lenda
Cruzando o céu do sertão
E um cego canta até arrebentar
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Não ter medo de nenhuma careta
Que pretende assustar
Encontrar o coração do planeta
E mandar parar
Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas
Fazer um minuto de paz
Um silêncio que ninguém esquece mais
Que nem ronco do trovão
Que eu lhe dou para guardar

A paixão é que nem cobra de vidro
E também pode quebrar
Faz o jogo e abre a folha do livro
Apresenta o ás
Pra renascer em cada pedaço que ficou
E o grande amor vai juntar
E é coisa que ninguém separa mais
Que nem ronco de trovão
Que eu lhe dou para guardar

Vida escura

Um homem,
(Cujas sobrancelhas pendem,
Pesadas, sobre seus olhos)
Não contempla nada,
A não ser o próprio vazio...

Seus olhos estão cansados.
Já não há mais nada em sua face
Rugosa,
Em seu cheiro de álcool,
Em seus olhos sujos
E prosa...

Mas há dentro deste homem
O próprio homem
E o medo...
Há desconsolo no nome

O cigarro aceso da melancolia
E a vida escura da angústia fria.

Deste homem bêbado,
De vida bêbada,
Quotidiano bobo,

Transborda seriedade
E a pena
Que só têm
Os homens bobos.

Não resta nada
De seu tempo
Rouco...

Só resta a morte,
Escrava desta existência;
Resta muito pouco.
(Hortência Nunes Abreu)