Vida escura
Um homem,
(Cujas sobrancelhas pendem,
Pesadas, sobre seus olhos)
Não contempla nada,
A não ser o próprio vazio...
Seus olhos estão cansados.
Já não há mais nada em sua face
Rugosa,
Em seu cheiro de álcool,
Em seus olhos sujos
E prosa...
Mas há dentro deste homem
O próprio homem
E o medo...
Há desconsolo no nome
O cigarro aceso da melancolia
E a vida escura da angústia fria.
Deste homem bêbado,
De vida bêbada,
Quotidiano bobo,
Transborda seriedade
E a pena
Que só têm
Os homens bobos.
Não resta nada
De seu tempo
Rouco...
Só resta a morte,
Escrava desta existência;
Resta muito pouco.
(Hortência Nunes Abreu)
1 Comentários:
muito bom a gente trocar poesia, levá-la a novos lugares, postá-la em cantos diferentes, difundí-la...
Obrigada!
Beijos, Hortência
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