quinta-feira, dezembro 02, 2004

ne me quitte pas

Não me deixes. É preciso esquecer, tudo se pode esquecer. Que já para trás ficou. Esquecer o o tempo dos mal entendidos e o tempo perdido a querer saber como esquecê-los, que de tantos porquês por vezes matavam a última felicidade.

Não me deixes... Te oferecerei gotas de chuva vindas de países onde nunca chove; escavarei a terra até depois da morte para cobrir seu corpo de ouro, de luzes. Criarei um país onde o amor será lei, o amor será rei e você a rainha.

Não me deixes - te inventarei palavras absurdas que você entenderá. Te falarei daqueles amantes que viram de novo seus corações ateados. Te contarei a história daquele rei que morreu por não ter podido te conhecer.

Não me deixes! Quantas vezes não se reacendeu o fogo daquele antigo vulcão que julgávamos velho? Até há quem fale de terras queimadas a produzir mais trigo, que a melhor primavera é quando a tarde cai. Vê como o vermelho e o negro se unem para que o céu se inflame?!

Não me deixes. Não vou falar mais. Escondo-me aqui, para ver-te sorrir e dançar, para ouvir-te cantar e rir. Deixa-me ser a sombra da tua sombra, a sombra da tua mão, a sombra do teu cão.

- Não me deixes!

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