domingo, fevereiro 06, 2005

{com licença poética}



Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado)

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

oiii zunza! q saudade d vc!!! te muitao ta??? E a maraa tb, calro !!! BJOS >>> Nath

 
Anonymous Anônimo disse...

Olá Aninha nossa muito legal os textos que vcs colocam aki....saudades de vc prima....Bjaum

Bárbara

 
Anonymous Anônimo disse...

Querida Aninha é isso aí ...muito bom mesmo ! Nada como escrever ,registrar ,questionar ,escolher ,transformar .Vou estar sempre dando uma olhada .Saudades TITIA MONICA

 

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